sexta-feira, 4 de novembro de 2016

PRIMEIRO ESBOÇO DA CAPA DO MEU LIVRO

Estou escrevendo meu primeiro livro oficial. Esbocei hoje esta capa.
:D

LUA DE MEL


Eu estava deitado na cama macia e quente. Abri os olhos devagar e olhei tudo ao redor. Em minha mão esquerda brilhava pela primeira vez uma bonita aliança de ouro.
O quarto era bonito e aconchegante, com suas diversas camadas de longas cortinas de voil branco. A porta que dava para a pequena varanda estava aberta e uma brisa campestre fria e gostosa enchia o ambiente. Lá fora os pássaros assobiavam freneticamente, saudando a bela manhã que havia chegado. O sol despontava acima dos morros verde-amarelados cobertos de capim alto e ondulante e banhava o quarto em uma agradável claridade laranja-avermelhada.
Eu me levantei, semi-nu, e andei até a porta, abri as cortinas e tive a mais linda visão: como se fosse uma pintura em graciosos movimentos lá estava ela,  a minha amada, sentada em uma cadeira de bambu, com uma taça redonda na mão. Era a mais bela mulher que já havia passado por minha vida. Suas pernas morenas estavam cruzadas perfeitamente e sobre seu corpo repousava um hobbie de seda dourada, dando a ela o aspecto das mais lindas  deusas gregas. Ela bebericava o vinho tinto que deixava seus lábios vermelhos e molhados. Seus olhos estavam fechados e sua cabeça encostada no espaldar alto da cadeira. O perfume que ela usava tinha um cheiro agradável, como se tivesse acabado de sair de um banho morno, e chegava até mim, deixando-me ainda mais fascinado por ela.
Então ela abriu seus radiantes olhos castanhos e olhou para mim. Sua boca se abriu num sorriso feliz e ela levantou-se, vindo caminhando em minha direção, suas belas curvas dançando magestosamente para mim enquanto eu sentia-me incapaz de parar de olhá-la, perplexo com tamanha perfeição.
Ela chegou até mim e envolveu-me num abraço quente e me beijou, o gosto de vinho passando para minha boca.

Isso foi tudo que consegui me lembrar daquela manhã. Agora eu estou aqui deitado em minha cama, sozinho. Minhas mãos estão fracas, enrugadas e nodozas. Meus cabelos estão brancos. Já não tenho o vigor da juventude. O que me resta agora é esperar a morte e contentar-me com recordações, ainda muito vívidas e nítidas na minha mente já envelhecida, de minha amada que já partiu.